quarta-feira, 2 de março de 2011

Passita troca sua fantasia por uma de Baiana


Há quatro anos a passista Raquel Rocha, de 28 anos, é um dos destaques da escola de samba Rosas de Ouro. Está acostumada a desfilar no Anhembi, em São Paulo, com pouca roupa, biquíni pequeno, corpão à mostra. Já aos 101 anos, a “baiana” Maria de Lourdes Ferreira, a Dinha, carrega no ombro o peso de aproximadamente 20 kg de fantasia. E ela mal se queixa. “Depende do movimento. Só o chapéu me incomoda às vezes”, conta a simpática centenária que desfila na Ala das Baianas.
E se a passista virasse baiana por um dia? Raquel topou o desafio e vestiu o saiote, o costeiro, o adereço da cabeça que Dinha se acostumou a usar com graça na passarela do samba. Fez isso por quase quatro décadas só na Rosas de Ouro. As dificuldades da passista, 73 anos mais nova, começaram aí. Para colocar as peças, contou com a ajuda de Raquel Custódio de Oliveira, a tia Raquel, de 64 anos, e Sandra Mallia, de 50, integrantes da Ala das Baianas.
Desenvoltura
Na quadra da escola, na Freguesia do Ó, Zona Norte de São Paulo, Raquel foi destaque. Mas desta vez, com as curvas cobertas por camadas de panos e penas, chamou a atenção por não conseguir desenvolver o rebolado que a torna conhecida e admirada. Os amigos de agremiação estranharam.
“Não tem nada a ver. Ela não tem idade para ser baiana”, dispara o ritmista Rogério da Silva Bruno, de 20 anos. Rafael Diego da Conceição Souza, de 23, foi no mesmo tom. “Ela está muito diferente. Não é comum vê-la assim. Está sempre de biquininho, à vontade.”
Antes de sambar como uma "baiana", mesmo que de brincadeira, Raquel disse “não ter ideia” do que sentiria. No fim do teste, decretou: “A Ala das Baianas é linda, mas isso não é para mim. Estou suando, me sentindo enforcada, não consigo nem falar”. Bom para os fãs da passista, que usará o esperado “biquininho” na avenida.

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