Mulheres conquistam espaço no carnaval de São Paulo
Das pessoas que trabalham com carnaval, elas são maioria.
Mulheres também dominam arquibancadas do Sambódromo.
Do total de pessoas que trabalham no carnaval de São Paulo 51,2% são mulheres, de acordo com os números do Censo Samba Paulistano, realizado pela Prefeitura de São Paulo. Nas máquinas de costura dos barracões, colando adereços em carros, montando fantasias e fazendo as escolas desfilarem com harmonia e competência, as mulheres do carnaval vão ganhando cada vez mais espaço.
Maria da Penha de Paula Freitas, 55 anos, está há mais de 49 na Nenê de Vila Matilde e hoje é diretora de harmonia. No dia do desfile ela vai estar próxima ao abre-alas, orientando a subida dos destaques no carro e os componentes das primeiras alas da escola. “No dia do desfile eu tenho que ficar de olho se as pessoas não estão bebendo, se uma delas cai durante o desfile, pode derrubar todo mundo”, afirma Penha. Ela também fica atenta a todos os adereços das fantasias e não deixa ninguém paquerar na concentração, antes do desfile.
“Valorizo muito a família e para mim isso é um trabalho sério. Os meninos podem não saber com quem estão mexendo. Se uma passista sai nua, é porque ela teve o respaldo da família, do marido, do namorado. Por isso não pode ter desrespeito.” Penha diz que formou duas filhas em administração de empresas e criou sozinha outros cinco, graças ao carnaval. Paula Fernanda Correa, 28 anos, é secretária de harmonia da Nenê e responsável pela comissão de frente da escola.
Ritmo feminino
Há duas décadas como mestre de bateria da Águia de Ouro, Juca viu as mulheres ganhando cada vez mais espaço entre os ritmistas da escola. A agremiação, segundo ele, foi uma das primeiras do Brasil a ter mulheres na bateria. “Elas se dedicam muito mais que homens e o aprendizado delas é mais fácil”, diz o mestre de bateria, que diz ter muito orgulho das mulheres que tocam sob seu comando.
Há duas décadas como mestre de bateria da Águia de Ouro, Juca viu as mulheres ganhando cada vez mais espaço entre os ritmistas da escola. A agremiação, segundo ele, foi uma das primeiras do Brasil a ter mulheres na bateria. “Elas se dedicam muito mais que homens e o aprendizado delas é mais fácil”, diz o mestre de bateria, que diz ter muito orgulho das mulheres que tocam sob seu comando.
Hoje, dos 250 ritmistas da escola, 60 são mulheres. Na primeira linha do setor, Camila Papacidero, 28 anos, e Natália Sorrini, 25 anos, dão o “molho” da bateria tocando os chocalhos. “Parece ser leve, mas tem que ter braço para balançar esse instrumento durante o desfile”, diz Natália.
Já Viviane Araújo, 29 anos, se destacou no surdo, um instrumento relativamente pesado. Entre piadas dos companheiros de bateria, ela foi incisiva na resposta com muito bom humor: “Sou tão boa na bateria que toco chocalho na Porto da Pedra.” Todos os anos ela ajuda a fazer o ritmo no carnaval do Rio de Janeiro e diz acreditar que o empenho das mulheres não é para se destacar entre os homens.
“Nós somos assim mesmo, pessoas determinadas e cada vez mais respeitadas por isso”, afirma a ritmista. O crescimento do carnaval de São Paulo nos últimos anos também se deve às arquibancadas do Anhembi. Ainda segundo os dados da prefeitura, mais de 63% do público que acompanha os desfiles são mulheres.
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