terça-feira, 1 de março de 2011

Enredo: Acadêmicos do Tucuruvi


11/02/2011 07h39 - Atualizado em 16/02/2011 18h05

Acadêmicos do Tucuruvi faz 

homenagem aos nordestinos


Escola é a terceira a desfilar no primeiro dia de Carnaval.
Carros têm esculturas gigantes de Luiz Gonzaga e Padre Cícero.

Rafael ItalianiDo G1, em São Paulo
A terceira escola a entrar no Anhembi no primeiro dia do carnaval de São Paulo é aAcadêmicos do Tucuruvi. Neste ano, a escola resolveu fazer uma homenagem aos milhares de nordestinos que ajudaram a construir a cidade de São Paulo, a partir de meados do último século e formam a força de trabalho da capital paulista. O nome do enredo já é uma valorização antecipada do que o Sambódromo irá receber. "Oxente, o que seria da gente sem essa gente? São Paulo – capital do Nordeste”. A resposta, o carnavalesco garante que vai estar na avenida.
Carro traz prédios famosos de São Paulo com características da cultura nordestinaCarro traz prédios famosos de São Paulo com características da cultura nordestina (Foto: Rafael Italiani/G1)
“Não vamos retratar o sofrimento dos retirantes, mas sim a alegria desse povo que ajudou a levantar São Paulo”, afirma o carnavalesco Wagner dos Santos. Ao todo, serão 5 carros, 23 alas e cerca de 3.000 componentes na avenida defendendo as cores da escola.
Um dos carros mostra a capital paulista como uma colcha de retalhos. Prédios famosos da cidade como o Copan, o Banespa e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), receberam cores e estilos da cultura do Nordeste.
O carro batizado como “Danado de Bom” terá um Luiz Gonzaga com cerca de 7 metros de altura. Maior que ele apenas o de Padre Cícero, que deve ter mais de 8 metros no dia do desfile e estará presente em um carro que retrata a fé e a esperança.
"Fé e Festança" é o nome da alegoria que retrata as crenças nordestinas"Fé e Festança" é o nome da alegoria que retrata
as crenças nordestinas (Foto: Rafael Italiani/G1)
De acordo com Santos, a participação do público nas arquibancadas do Anhembi será muito importante para a escola. Ele diz acreditar que “são poucos os filhos de paulistanos, tem muito nordestino na cidade”.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Robinson Silva e Thaís Paraguassú, represeta a diversidade do Nordeste com fantasias que usam palha, corda e outros materiais alternativos. O intérprete Fredy Viana tem o desafio de empurrar a escola que enaltece o papel dos nordestinos em São Paulo. O samba-enredo começa com “sou cabra da peste, vim lá do nordeste”. O ritmo, que deve ser uma surpresa, já que pode ter requintes do instrumental nordestino, será determinado pelo mestre Adamastor e seus 280 ritmistas. A bateria da escola da Zona Norte da capital paulista tem como madrinha a dançarina Sheilla Mello.
No final do ano passado, a Acadêmicos do Tucuruvi começou a receber ameaças e ofensas por conta do enredo. “Não é justo que o povo que construiu São Paulo seja discriminado dessa forma”, diz Wagner dos Santos. A escola nunca ganhou um título pelo Grupo Especial e no ano passado ficou na oitava colocação.

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